quinta-feira, 30 de outubro de 2014

De Caminho em Caminho

Estender a mão
Outros Autores


Segue fazendo o bem.

Provavelmente não te faltarão espinhos e pedras. 

Pedras, no entanto, servem nas construções e espinhos lembram rosas.

Não percas a oportunidade de auxiliar.

Se alguém te lança entraves à marcha, não te vincules à idéia do mal. 

Reflete na Bondade de Deus e caminha. Não acuses a ninguém.Compadece-te e age amparando.

Quem te pareça no erro, unicamente haverá estragado em si mesmo o sonho de amor e aperfeiçoamento com que nasceu.

Não gastes tempo medindo obstáculos ou lastimando ocorrências infelizes.

Ouve as frases do bem que te induzem à frente e esquece tudo aquilo que se te representa por apelo à desistência ou desânimo.

Alguns dos minutos das horas de que disponhas, investidos no reconforto aos irmãos emparedados no sofrimento, ser-te-ão contados por créditos de alegria e de paz.

Sê a coragem dos que esmorecem  e a consolação dos que perdem a esperança.

Onde encontres a presença da sombra, acende a luz da renovação.

Quando alguém te fale em tribulações do presente, destaca as possibilidades do futuro.

Aos irmãos que te exponham prejuízos de agora, aponta as vantagens que virão.

Estende a própria alma na dádiva que fizeres.

Faz...

Mas não faças com a intenção de te engrandecer.

De tudo quanto ouças e vejas, fales ou faças, prevalece tão-somente  o amor que puseres nas próprias manifestações.

Se percebes a vizinhança da tempestade, não te esqueças de que acima das nuvens reina o céu azul.

E se te reconheces, dentro da noite, conserva a segurança de tua fé, recordando sempre de que o amanhã trará um novo alvorecer.


Chico Xavier
Extraído do Livro PALAVRAS DO CORAÇÃO


domingo, 26 de outubro de 2014

Traição por justa causa



Humor

Corno
O marido chega em casa e pega a esposa, na cama, com um garotão, 25 anos, forte, bronzeado, cheio de amor pra dar...  Arma o maior barraco, mas a mulher o interrompe:

-Antes, você deveria ouvir como tudo isso aconteceu...  Andava na rua, vi esse jovem maltrapilho, cansado e faminto. Então, com pena do estado dele, eu o trouxe para casa. 

E continuava ela:

— Dei a ele aquela refeição que eu havia preparado para você ontem e, como você chegou tarde e satisfeito com o tira-gosto do boteco, não comeu... e eu guardei o jantar na geladeira, lembra-se? Ele estava descalço, então dei a ele aquele seu par de sapatos que, como foi minha mãe que te deu, você nunca usou. 

E ela não parava mais:

— Ele estava com sede e eu servi aquele vinho que estava guardado para aquele sábado que você prometeu mas que nunca chega... Pois num dia é futebol, noutro poker, noutro pescaria. As calças estavam rasgadas, dei-lhe aquele seu jeans seminovo... Ainda estava em perfeito estado, mas não cabia mais em você. Como ele estava sujo, aconselhei-o a tomar um banho.... Fazer a barba. Então dei a ele aquela loção francesa novinha que você nunca usou, porque acha fedorenta. 

E arrematou:

—Daí, quando ele já ia embora, perguntou: Dona, tem mais alguma coisa que seu marido não usa mais? Nem respondi!!!!!!! Dei logo!!!

(Moral da história: Mulher só trai por justa causa)

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Olhar Feminino

Meus Rabiscos

Dos olhares que me encantam, não há como me esquivar, é o da mulher o que mais fala à alma deste homem! Esconde segredos que não consigo desvendar. E são tantos olhares num só, que é impossível deles não me enamorar!

Olhar de aconchego... Que inspira o abraço, pedaço que se dá. Olhar de paz anunciada, de ninho oferecido. É acalento de prantos, na redenção do encontro.
Olhar de luta... Que não se embrutece na diferença. Que não recua!  Que não desiste. Que persevera, porque assim faz crer sua história. Que não cede ao silêncio das sobras e nem se permite violentar na voracidade de preconceitos da segregação profissional. Não se entrega nem se deixa avassalar. Resiste! Insiste!
Olhar de dor... Que não se furta às lágrimas. Que se transforma em força brotada das entranhas. Que avança, mesmo quando os estilhaços ainda machucam os pés. Que não faz quedar ou prostrar o ânimo. Que escancara o sofrimento, mas declara um sempre recomeçar.
Olhar de saudade... Que é nascida da sensibilidade, mas não se deixa consumir por ela. Que refuta a privação e faz altaneiros os sonhos perseguidos. É feito a própria palavra, quase indecifrável em outras línguas, mas tão bem alimentada nos olhos da mulher brasileira.
Olhar de sedução... Que surge feito jeito tímido e suave de dominação, de conquista. É audácia despindo o desejo. Faz despertar no outro a ousadia pelo magnetismo das vontades confessadas. Insinuação que exala perfume. É o flerte da poesia, ou como diz o poeta, “o beijo de agora na boca de amanhã”!

Olhar de cumplicidade... Que explicita sintonia. É a simbiose do pertencimento, feito pacto da intimidade, onde já se sabe do mais profano ao mais sagrado, no mais secreto dos mundos. Não há oposições ou contraposições, somente justaposições.


 Olhar de reprovação... Que faz calar a voz no jeito de dizer não, sem gritar. É a recusa ante o fascínio da oferenda! É o jeito de dizer do pouco que a descontenta, sem contradizer sua grandiosa dádiva maternal.

Olhar carente... Que se passa por desamparado, largado e reclamando abraço, mas que no laço da sedução enfeitiça, só porque reclamou proteção.

Olhar de carinho... Que alcança a intimidade, oferecendo bonança ao desavisado. Não reprime, só sabe incluir. Não reivindica, só sabe doar. Não julga, antes sabe perdoar.
Olhar petulante... Que se prontifica intimidador. Que não é arrogante, mas atrevido. Que não é desaforado, mas que inspira cuidados. São fragmentos de autosuficiência lançados feito flechas vicejantes, abocanhadas na senda dos desencontros.
Olhar de êxtase...  Que arrebata os sentidos, confundindo tato e paladar, olfato e audição, numa entrega infindável. Os olhos, mesmo sem perder o encanto, já não se arregalam... Pausam movimentos. Semicerrados, não se apavoram e cedem seu brilho aos sussurros lânguidos. É o frenesi do instante.

Olhar de prazer... Que é confessado na intimidade, no alcance do delírio que excede, desmedido em si mesmo.

Olhar de mulher... Que na intensidade da emoção revela a fêmea consciente do que busca, nos seus múltiplos e maduros olhares. E por conta de tantas mulheres habitarem uma só e de tantos olhares repousarem numa mesma mulher, não há olhar de homem que dê conta de decifrá-los.  É legítimo então se render a ela: à mulher e seu olhar...
Crédito das fotos: Olhares.com - Fotografia Online
1- Encantamento: Carlos Pereira
2- Luta: Nuri
3- Dor: Ana Rita Jacinto Rodrigues
4- Saudade: Paulo Cesar
5- Sedução: Nuno Manuel Baptista
6- Cumplicidade: Fernando Tavares
7- Carente e Carinho: Nuno Runa
8- Êxtase: Fernando Bagnola
9- Mulher: Tiago Grácio
Publicado originalmente em 21 de junho de 2010

sábado, 18 de outubro de 2014

A Loja de CD's

Metáfora
Amor adolescente



Era uma vez um garoto que nasceu com uma doença que não tinha cura. Tinha 17 anos e podia morrer a qualquer momento. Sempre viveu na casa de seus pais, sob o cuidado constante de sua mãe.

Um dia decidiu sair sozinho e, com a permissão da mãe, caminhou pela sua quadra, olhando as vitrines e as pessoas que passavam. Ao passar por uma loja de discos, notou a presença de uma garota, mais ou menos da sua idade, que parecia ser feita de ternura e beleza.

Foi amor à primeira vista. Abriu a porta e entrou, sem olhar para mais nada que não a sua amada. Aproximando-se timidamente, chegou ao balcão onde ela estava.

Quando o viu, ela deu-lhe um sorriso e perguntou se podia ajudá-lo em alguma coisa. Era o sorriso mais lindo que ele já havia visto, e a emoção foi tão forte que ele mal conseguiu dizer que queria comprar um CD.

Pegou o primeiro que encontrou, sem nem olhar de quem era, e disse:

Esse aqui...

Quer que embrulhe para presente ?perguntou a garota, sorrindo ainda mais...

Ele balançou a cabeça para dizer que sim e disse:

É para mim mesmo mas eu gostaria que você embrulhasse.

Ela saiu do balcão e voltou, pouco depois, com o CD muito bem embalado. Ele pegou o pacote e saiu, louco de vontade de ficar por ali, admirando aquela figura divina.

Daquele dia em diante, todos as tardes voltava à loja de discos e comprava um CD qualquer. Todas as vezes a garota deixava o balcão e voltava com um embrulho cada vez mais bem feito, que ele guardava em sua gaveta, sem sequer abrir.

Ele estava apaixonado, mas tinha medo da reação dela, e assim, por mais que ela sempre o recebesse com um sorriso doce, não tinha coragem para convidá-la para sair e conversar.

Comentou sobre isso com sua mãe e ela o incentivou, muito, a chamá-la para sair. Um dia, ele se encheu de coragem e foi para a loja.

Como todos os dias comprou outro CD e, como sempre, ela foi embrulhá-lo. Quando ela não estava vendo, escondeu um papel com seu nome e telefone no balcão e saiu da loja correndo.

Alguns dias depois o telefone tocou e a mãe do jovem atendeu. Era a garota perguntando por ele. A mãe, desconsolada, nem perguntou quem era, começou a soluçar e disse:

Então, você não sabe? Faleceu ontem.

Passado alguns dias mais, a mãe entrou no quarto do filho, para olhar suas roupas e ficou muito surpresa com a quantidade de CDs, todos embrulhados e guardados em sua gaveta.

Ficou curiosa e decidiu abrir um deles. Ao fazê-lo, viu cair um pequeno pedaço de papel, onde estava escrito: "Você é muito simpático, não quer me convidar para sair? Eu adoraria".

Emocionada, a mãe abriu outro CD e dele também caiu um papel que dizia o mesmo, e assim todos quantos ela abriu traziam uma mensagem de carinho e a esperança de conhecer aquele rapaz.

Assim é a vida:

Não espere demais para dizer a alguém especial aquilo que você sente. Ainda dá tempo...

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Cor-respondência

Outros Autores


Remeta-me os dedos
em vez de cartas de amor
que nunca escreves
que nunca recebo.
Passeiam em mim estas tardes
que parecem repetir
o amor bem feito
que você tinha mania de fazer comigo.
Não sei amigo
se era o seu jeito
ou de propósito
mas era bom, sempre bom
e assanhava as tardes.
Refaça o verso
que mantinha sempre tesa
a minha rima
firme
confirme
o ardor dessas jorradas
de versos que nos bolinaram os dois
a dois.
Pense em mim
e me visite no correio
de pombos onde a gente se confunde
Repito:
Se meta na minha vida
outra vez meta
Remeta.

Elisa Lucinda